Agora é pra valer
(*) Cristovão Cursino
Ufa!!!
Agora é pra valer, conseguimos agendar a data de lançamento da antologia e entrega do Prêmio SFX de Literatura 2017. Será dia 23 de setembro, às 10h, no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos.
Este ano as coisas não estão fáceis para ninguém, não somos uma ilha neste caldeirão de incertezas e mudanças deste pais, o importante é que como bom 'caboclo do vale' não deixamos a peteca cair. O apoio dos parceiros, academias de letras de Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Lorena e também do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) foram fundamentais para não desistirmos.
As palavras de incentivo nos animaram e estamos, mais uma vez, entregando o Prêmio SFX de Literatura, cumprindo com nosso compromisso e missão, assumidos em 2014, em prol da literatura e dos autores da região.
Conto com vocês para fazermos a mais bela festa em homenagem aos escritores que estarão presentes neste evento. Eles representam nosso desejo e simbolizam de maneira clara nossa opção de promover a literatura e os autores da região, mesmo sem o apoio do Estado. Nós podemos e queremos mais, se continuarmos unidos neste mesmo propósito.
Convoquem seu pares de academias, tragam convidados, familiares e, se possível, autoridades, para conhecerem este que é o maior movimento cultural ligado à literatura, unindo os autores e as academias de letras das cidades do Vale do Paraíba.
Bom, o que mais dizer...
Estamos esperando por vocês, a festa é nossa.
Abraço
Cristovão Cursino
Organizador e Editor
-----------------------------------------------------------
Para onde vamos
(*) Cristovão Cursino
As recentes decisões de nossos
governantes e seus representantes não foram suficientes para deixar cair por
terra a disposição da comunidade de São José dos Campos, especificamente do
Distrito de São Francisco Xavier, em dar continuidade ao Festival da Mantiqueira
(hoje chamado de Encontro na Mantiqueira), realizado por oito anos consecutivos.
O abandono lacônico do Governo Estadual
de um dos melhores eventos literários do Estado de São Paulo é prova de
incapacidade e falta de comprometimento com ações bem planejadas. Os resultados
das oito edições do festival não foram registrados nas páginas dos jornais ou
consolidados em livros e publicações, muito menos os pensamentos dos conhecidos
autores que passaram pelo evento.
A crise política pela qual estamos
passando reforça os erros dos nossos governantes, mas também nos anima a seguir
em frente e a mostrar que eles, ‘políticos’ que são, estão experimentando do
reflexo de suas próprias imagens e atitudes equivocadas, fruto de despreparo,
comprometimento ou de assessoramento equivocados.
Diante dessa nova realidade, o que de
melhor ficou foi a semente, o sentimento do movimento literário como indutor da
melhoria cultural, do desenvolvimento do distrito e da região. São Francisco
Xavier, incrustado na Serra da Mantiqueira, poderá ser o exemplo que tanto
precisamos para mostrar que a sociedade sabe se organizar nos momentos difíceis
e responder às perguntas que ficaram no ar.
A entrega da antologia do 4º Prêmio SFX
de Literatura 2016 vence o desafio da transposição do movimento cultural do
Estado para a iniciativa da comunidade valeparaibana, com apoio das academias
de letras de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Lorena e do Instituto de
Estudos Valeparaibanos (IEV). Somente neste ano foram registradas 373
inscrições de 167 autores do Brasil, Portugal, Alemanha, Japão e Inglaterra.
O próximo desafio, o 5º Prêmio SFX de
Literatura 2017, promete um mergulho ainda maior em nossas convicções e na de
nossos parceiros, na busca da autonomia para a realização de uma ação mais
completa e uma possível interação com a Casa de Machado de Assis.
(*) Cristovão Cursino é criador do Prêmio SFX de
Literatura
-----------------------------------------------------------
Cadê o público? Perguntas
ainda sem respostas!
(*) Cristovão Cursino
Este é o quarto ano que
participamos do Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura e vimos com
tristeza o pouco volume de visitantes nas ruas e no comércio de São Francisco
Xavier, distrito de São José dos Campos. Por duas vezes já me manifestei sobre
o assunto, nas apresentações da publicação das antologias de 2013 e 2014 do
Prêmio SFX de Literatura.
Há um ditado que diz o seguinte:
“Tão importante quanto às respostas são as perguntas que
precisam ser feitas”. Neste caso, as perguntas são muitas e as que
foram feitas até o momento deixam uma série de outras perguntas no ar.
As respostas, até o momento, não
são suficientes para justificar tamanha falta de planejamento e compromisso com
um evento tão importante para a literatura. E que está entre os dez melhores
realizados num país carente de ações estruturantes para formação da cultura e
educação do povo.
As explicações da
senhora Natália Duarte, coordenadora do Festival da Mantiqueira – “O grande show no sábado à noite
contribuía para o aumento de pessoas no evento”; “O perfil do público presente
vai de encontro com a proposta do festival” e “O evento tem passado
por uma reformulação em busca de sua identidade” –, divulgadas recentemente em matéria
publicada por este jornal, são poucas diante do imbróglio criado pelas
políticas culturais dos governos do Estado e do Município.
Não é de hoje que se pergunta se
eles conversam entre si e se estão fazendo o mesmo evento. É visível
o descompasso e a separação das ações. Por duas vezes tive a afirmativa de
dirigentes da FCCR que eles não podiam interferir na realização do
evento, pois se tratava de uma ação do Governo do Estado, cabendo ao município
somente criar condições e não interferir no processo, tipo ‘pacote fechado’,
aceita ou aceita!
Esperava-se que com a chegada
dos novos governantes e dirigentes culturais do PT, a atitude arrogante que
perdurou durante o governo leniente do PSDB fosse mudar, mas quase nada mudou.
A informação é que a verba para a realização do festival de 2013 foi reduzida
em quase 50% do valor aplicado em relação ao ano anterior.
O que será que aconteceu? Será
que foi a troca de governo do município? Será que não interessa a realização do
Festival da Mantiqueira pelo governo do PT? Políticas partidárias à parte, o
que interessa é a ação cultural que deve ser considerada como um bom negócio
sócio cultural e econômico. Os investimentos precisam trazer
resultados.
Trata-se de capital, recursos
públicos, advindos dos nossos impostos e que as respostas,
importantes sim, dadas até o momento, precisam ser mais abrangentes. E as
perguntas, estas sim, devem ser formuladas pelos dirigentes maiores,
ou seja, governador, prefeito, Secretaria de Cultura do Estado e FCCR, que não
conseguem cobrar os resultados.
É simples dizer “não deu, vamos
reformular”, quando não se tem nada para conferir ou avaliar os resultados da
ação. Não se viu até o momento nenhum relatório de resultados na mídia ou mesmo
uma simples publicação, reunindo os melhores pensamentos dos ‘Diálogos com a Literatura’
que, ao que parece, estão mudando de ares, deixando ‘à margem’ os interesses da
comunidade.
Agora, o que nos resta é juntar as forças da
região do Vale do Paraíba, da chamada região metropolitana, e lutar para não
perdermos um dos maiores e mais importantes eventos culturais voltado à
literatura do país.
(*) Cristovão Cursino é criador do Prêmio SFX de Literatura
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Agora é pra valer
(*) Cristovão Cursino
Ufa!!!
Agora é pra valer, conseguimos agendar a data de lançamento da antologia e entrega do Prêmio SFX de Literatura 2017. Será dia 23 de setembro, às 10h, no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos.
Este ano as coisas não estão fáceis para ninguém, não somos uma ilha neste caldeirão de incertezas e mudanças deste pais, o importante é que como bom 'caboclo do vale' não deixamos a peteca cair. O apoio dos parceiros, academias de letras de Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Lorena e também do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) foram fundamentais para não desistirmos.
As palavras de incentivo nos animaram e estamos, mais uma vez, entregando o Prêmio SFX de Literatura, cumprindo com nosso compromisso e missão, assumidos em 2014, em prol da literatura e dos autores da região.
Conto com vocês para fazermos a mais bela festa em homenagem aos escritores que estarão presentes neste evento. Eles representam nosso desejo e simbolizam de maneira clara nossa opção de promover a literatura e os autores da região, mesmo sem o apoio do Estado. Nós podemos e queremos mais, se continuarmos unidos neste mesmo propósito.
Convoquem seu pares de academias, tragam convidados, familiares e, se possível, autoridades, para conhecerem este que é o maior movimento cultural ligado à literatura, unindo os autores e as academias de letras das cidades do Vale do Paraíba.
Bom, o que mais dizer...
Estamos esperando por vocês, a festa é nossa.
Abraço
Cristovão Cursino
Organizador e Editor
Para onde vamos
(*) Cristovão Cursino
As recentes decisões de nossos
governantes e seus representantes não foram suficientes para deixar cair por
terra a disposição da comunidade de São José dos Campos, especificamente do
Distrito de São Francisco Xavier, em dar continuidade ao Festival da Mantiqueira
(hoje chamado de Encontro na Mantiqueira), realizado por oito anos consecutivos.
O abandono lacônico do Governo Estadual
de um dos melhores eventos literários do Estado de São Paulo é prova de
incapacidade e falta de comprometimento com ações bem planejadas. Os resultados
das oito edições do festival não foram registrados nas páginas dos jornais ou
consolidados em livros e publicações, muito menos os pensamentos dos conhecidos
autores que passaram pelo evento.
A crise política pela qual estamos
passando reforça os erros dos nossos governantes, mas também nos anima a seguir
em frente e a mostrar que eles, ‘políticos’ que são, estão experimentando do
reflexo de suas próprias imagens e atitudes equivocadas, fruto de despreparo,
comprometimento ou de assessoramento equivocados.
Diante dessa nova realidade, o que de
melhor ficou foi a semente, o sentimento do movimento literário como indutor da
melhoria cultural, do desenvolvimento do distrito e da região. São Francisco
Xavier, incrustado na Serra da Mantiqueira, poderá ser o exemplo que tanto
precisamos para mostrar que a sociedade sabe se organizar nos momentos difíceis
e responder às perguntas que ficaram no ar.
A entrega da antologia do 4º Prêmio SFX
de Literatura 2016 vence o desafio da transposição do movimento cultural do
Estado para a iniciativa da comunidade valeparaibana, com apoio das academias
de letras de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Lorena e do Instituto de
Estudos Valeparaibanos (IEV). Somente neste ano foram registradas 373
inscrições de 167 autores do Brasil, Portugal, Alemanha, Japão e Inglaterra.
O próximo desafio, o 5º Prêmio SFX de
Literatura 2017, promete um mergulho ainda maior em nossas convicções e na de
nossos parceiros, na busca da autonomia para a realização de uma ação mais
completa e uma possível interação com a Casa de Machado de Assis.
(*) Cristovão Cursino é criador do Prêmio SFX de
Literatura
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Cadê o público? Perguntas
ainda sem respostas!
(*) Cristovão Cursino
Este é o quarto ano que
participamos do Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura e vimos com
tristeza o pouco volume de visitantes nas ruas e no comércio de São Francisco
Xavier, distrito de São José dos Campos. Por duas vezes já me manifestei sobre
o assunto, nas apresentações da publicação das antologias de 2013 e 2014 do
Prêmio SFX de Literatura.
Há um ditado que diz o seguinte:
“Tão importante quanto às respostas são as perguntas que
precisam ser feitas”. Neste caso, as perguntas são muitas e as que
foram feitas até o momento deixam uma série de outras perguntas no ar.
As respostas, até o momento, não
são suficientes para justificar tamanha falta de planejamento e compromisso com
um evento tão importante para a literatura. E que está entre os dez melhores
realizados num país carente de ações estruturantes para formação da cultura e
educação do povo.
As explicações da
senhora Natália Duarte, coordenadora do Festival da Mantiqueira – “O grande show no sábado à noite
contribuía para o aumento de pessoas no evento”; “O perfil do público presente
vai de encontro com a proposta do festival” e “O evento tem passado
por uma reformulação em busca de sua identidade” –, divulgadas recentemente em matéria
publicada por este jornal, são poucas diante do imbróglio criado pelas
políticas culturais dos governos do Estado e do Município.
Não é de hoje que se pergunta se
eles conversam entre si e se estão fazendo o mesmo evento. É visível
o descompasso e a separação das ações. Por duas vezes tive a afirmativa de
dirigentes da FCCR que eles não podiam interferir na realização do
evento, pois se tratava de uma ação do Governo do Estado, cabendo ao município
somente criar condições e não interferir no processo, tipo ‘pacote fechado’,
aceita ou aceita!
Esperava-se que com a chegada
dos novos governantes e dirigentes culturais do PT, a atitude arrogante que
perdurou durante o governo leniente do PSDB fosse mudar, mas quase nada mudou.
A informação é que a verba para a realização do festival de 2013 foi reduzida
em quase 50% do valor aplicado em relação ao ano anterior.
O que será que aconteceu? Será
que foi a troca de governo do município? Será que não interessa a realização do
Festival da Mantiqueira pelo governo do PT? Políticas partidárias à parte, o
que interessa é a ação cultural que deve ser considerada como um bom negócio
sócio cultural e econômico. Os investimentos precisam trazer
resultados.
Trata-se de capital, recursos
públicos, advindos dos nossos impostos e que as respostas,
importantes sim, dadas até o momento, precisam ser mais abrangentes. E as
perguntas, estas sim, devem ser formuladas pelos dirigentes maiores,
ou seja, governador, prefeito, Secretaria de Cultura do Estado e FCCR, que não
conseguem cobrar os resultados.
É simples dizer “não deu, vamos
reformular”, quando não se tem nada para conferir ou avaliar os resultados da
ação. Não se viu até o momento nenhum relatório de resultados na mídia ou mesmo
uma simples publicação, reunindo os melhores pensamentos dos ‘Diálogos com a Literatura’
que, ao que parece, estão mudando de ares, deixando ‘à margem’ os interesses da
comunidade.
Agora, o que nos resta é juntar as forças da
região do Vale do Paraíba, da chamada região metropolitana, e lutar para não
perdermos um dos maiores e mais importantes eventos culturais voltado à
literatura do país.
(*) Cristovão Cursino é criador do Prêmio SFX de Literatura
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Palavra do Editor
Cristovão Cursino |
(*) Cristovão Cursino
A realização do 2º Prêmio SFX de Literatura 2014 é um acontecimento ímpar em nossa jornada. Não só rumo à construção de um movimento cultural em prol dos autores regionais, como também do reconhecimento da importância da literatura valeparaibana neste início de século; além de uma maior integração com autores de outros estados da nação.
A realização do 2º Prêmio SFX de Literatura 2014 é um acontecimento ímpar em nossa jornada. Não só rumo à construção de um movimento cultural em prol dos autores regionais, como também do reconhecimento da importância da literatura valeparaibana neste início de século; além de uma maior integração com autores de outros estados da nação.
Foram mais de 250
trabalhos e 110 autores, inclusive duas inscrições de brasileiros radicados na
França. O número de obras e de participantes cresceu e exigiu dos parceiros um
desdobramento maior para cumprirmos o compromisso de colocar em tempo recorde a
publicação nas mãos dos ganhadores, pois a data de realização do Festival da
Mantiqueira foi antecipada para os dias 4, 5 e 6 de abril, em função da realização
da Copa do Mundo de Futebol em nosso país.
Gostaria de
compartilhar meu contentamento pela realização do concurso, com o nível dos
trabalhos dos participantes e o desprendimento dos parceiros e instituições que
nos apóiam – as academias de letras de Jacareí, São José dos Campos, Caçapava e
Lorena; e também do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV). Por sinal, a junção
destas instituições está se transformando no maior movimento cultural de união
entre as academias de letras do Vale. Esperamos para os próximos eventos poder
contar, também, com a participação de agremiações culturais de outras cidades.
No ano de 2000
publicamos pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de São José dos Campos
o livro ‘São José Urgente’, uma análise sócio-econômica do município joseense
nos últimos vinte anos; e solicitamos a 20 personalidades ligadas à cidade uma
projeção para um possível planejamento para os próximos 20 anos.
Entre os temas
propostos, um deles sobre a política regional, abordou-se a necessidade e a
importância de um maior e melhor relacionamento de São José dos Campos com
outros municípios do Vale, em todas as áreas. A sugestão foi feita pelo
articulista Benedicto Sergio Lencioni, historiador, ex-prefeito de Jacareí por
duas gestões e ex-presidente do Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Paraíba
(Codivap):
“As verdadeiras
lideranças precisam ser cosmopolitas olhando além de suas fronteiras para que
os benefícios de toda região também possam ser trazidos para seu município
através de parcerias. O novo líder não ergue muros ou barreiras, mas, ao
contrário, derruba-os. Avançar e conquistar é a nova missão do líder que não se
isola”.
Hoje, 14 anos
depois, com vários governos diferentes, vimos que a cidade não mudou quase nada
em seu comportamento, particularmente na área da literatura. Continua
segregando os autores da região, não permitindo que eles participem do festival
realizado no distrito de São Francisco Xavier, com a exposição e venda de suas
obras.
Obrigado a todos e
até 2015, para o 3º Prêmio SFX de Literatura.
-----------------------------------------------------------
Propagação da
literatura e incentivo aos escritores
Wilson R. Poeta |
(*) Wilson R. Poeta
Se o advento do Modernismo libertou o poeta da obrigatoriedade da rigidez formal (coisa que, aliás, foi apenas institucionalizada, pois muitos autores já o haviam feito bem antes), é preciso lembrar que a poesia, em seu sentido mais profundo, ainda é e sempre será a expressão do belo. Um quadro, uma fotografia, uma música, uma cena do dia a dia podem nos despertar o sentimento de beleza – logo, podem ter poesia. Já o poema é uma composição em versos e, não obstante, deve trazer poesia em si, poesia esta expressa na beleza de sua forma, nas imagens que evoca, no seu ritmo, no seu sentido explícito ou subjetivo – ou na combinação harmoniosa de vários desses quesitos.
Se o advento do Modernismo libertou o poeta da obrigatoriedade da rigidez formal (coisa que, aliás, foi apenas institucionalizada, pois muitos autores já o haviam feito bem antes), é preciso lembrar que a poesia, em seu sentido mais profundo, ainda é e sempre será a expressão do belo. Um quadro, uma fotografia, uma música, uma cena do dia a dia podem nos despertar o sentimento de beleza – logo, podem ter poesia. Já o poema é uma composição em versos e, não obstante, deve trazer poesia em si, poesia esta expressa na beleza de sua forma, nas imagens que evoca, no seu ritmo, no seu sentido explícito ou subjetivo – ou na combinação harmoniosa de vários desses quesitos.
E o poeta, artífice dessa beleza, deve estar ciente de que o
conhecimento profundo de sua arte envolve estudo. Sim, o poeta deve estudar as
formas, o poeta deve conhecer a métrica, deve explorar as possibilidades
rítmicas e ser capaz de identificar esquemas rímicos. E isso não quer dizer que
ele deva prender-se a este ou aquele estilo, que ele deva seguir esta ou aquela
técnica. Significa que ele deve aprimorar-se para experimentar recursos que,
utilizados, evitados ou subvertidos, poderão enriquecer sua obra. Sim, para
subverter e mesmo para ignorar é preciso conhecer. E para conhecer é preciso
estudar.
E são o estudo e o conhecimento da arte literária que obras
como esta procuram valorizar. Um prêmio literário tem como missão muito mais
que contemplar alguns trabalhos que se destacaram – tem como norte a propagação
da literatura e o incentivo aos escritores que, na contra mão da tendência
atual, seguem adiante nos estudos, pois sem eles não se chega a lugar algum.
Congratulações a todos os participantes e aí vai o alerta:
estudem e continuem estudando; escrevam e continuem escrevendo. Não há outro
modo de aprimoramento.
Parabéns à organização e, em especial, às Academias de
Letras envolvidas, entidades cada vez mais empenhadas em deixar a comodidade de
suas cadeiras e contribuir, de forma prática, para a divulgação das letras.
(*) Wilson R. Poeta – Presidente da Academia Joseense
de Letras
-------------------------------------------------------
Tempo da plenitude!
Brasilino Alves |
(*) Brasilino Alves de Oliveira Neto
Decorre um tempo e a crisálida torna-se borboleta.
Temos manhã, tarde e noite para completar o ciclo do dia.
Lança-se a semente, decorre o tempo e surge a fruta.
Não adianta querer apressar o curso do rio, pois ele tem seu
tempo.
... o óvulo, a germinação e o nascimento.
Enfim, tudo, ou melhor, quase tudo, tem seu tempo de
maturação, de alcançar a plenitude.
Porém, temos um fato que subverte o curso natural, de que
tudo se dê ao seu tempo.
Falamos do “Prêmio de Literatura de Contos e Poesias de São
Francisco Xavier”, que não cumpriu os prazos naturais para alcançar a
plenitude, pois a primeira edição já ‘nasceu’ média e a segunda gigante, eis
que foram 250 trabalhos entre contos e poesias, vindos de 15 estados
brasileiros e outros, do exterior.
Desnecessário falar da dificuldade que a Comissão teve para
pinçar 15 contos e 15 poesias num universo deste porte, especialmente por suas
qualidades, beleza e harmonia, com a maioria disputando as avaliações dos
componentes da banca.
O incentivador Cristovão Cursino e a JACursino Editores, os
promotores do concurso, pelo número de participantes desta segunda edição, devem
começar a preparar desde já a banca seletora para 2015. O futuro que se avista
é grandioso, pois continuará mostrando o celeiro de poetas e contistas que, com
seus trabalhos alegram, emocionam e tornam felizes as pessoas.
A Academia Caçapavense de Letras sente-se honrada em
participar deste projeto.
(*) Brasilino Alves de Oliveira Neto – Presidente da Academia
Caçapavense de Letras
-------------------------------------------------------------------
São
Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, é um local bucólico, com
menos de quatro mil habitantes, localizado a 54 quilômetros do centro
comercial e industrial da cidade que integra a ‘nova’ região metropolitana e que
abriga o maior complexo aeroespacial da America Latina. Durante três dias, São
Francisco Xavier transforma-se no centro da literatura do Estado de São Paulo.
A
escolha do local não poderia ter sido melhor. Quando se tira do agito das
grandes cidades uma parte do centro das decisões, pelo menos por alguns
momentos, temos a sensação de estarmos, de certa forma, definindo um novo curso
desejado para nossa literatura.
Em que
pese a política cultural dos governos estadual e municipal, ainda não foi
suficientemente esclarecedora a participação dos autores da cidade e da região,
dando espaço para uma série de divagações que em nada contribuem para a
grandeza da iniciativa e seus propósitos.
Em 2011 tivemos a oportunidade de participar do evento pela primeira vez.
Montamos um estande na Barbearia Magalhães, do seu Benedito, com livros de
autores da região publicados pela JAC. Além disso, também expusemos na tenda da
Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR) uma coleção de livros de 140 autores
da região.
A
experiência foi importante, só que sentimos a falta de interação entre os
vários interlocutores interessados, ficando nítido o descompasso entre os
objetivos, ação e interesse de cada um, principalmente do autor da região ou da
cidade. Situações que devem ser repensadas a partir de uma nova realidade geopolítica.
Que a
‘metropolização’ não se prenda apenas às obras físicas ou aos discursos e que
seja uma boa e importante oportunidade de valorizarmos a cultura de nossas comunidades.
De
nossa parte, estamos colocando um mecanismo que poderá contribuir de forma
simples e objetiva para facilitar a ação dos diversos interlocutores – os
diretamente interessados, os responsáveis pela organização e pelos resultados
do evento –, suas consequências na comunidade local, regional e para o
engrandecimento e difusão da literatura.
Instituir
o concurso literário Prêmio SFX de Literatura de contos e poesias para 2013, é
uma resposta às várias indagações que nos foram expostas durante o ano e que
agora ganha corpo. Esperamos encontrar eco nas mais diversas instituições que
estão interessadas em encontrar soluções criativas para esta ‘nova’ e importante
região.
(*)
Cristovão Cursino é criador do Prêmio SFX de Literatura
------------------------------------------------
Feliz Iniciativa
Comunica-me
o amigo Cristovão Cursino seu projeto de instituir, à margem da celebração
intelectual e anual do distrito de São Francisco Xavier, um concurso literário
de contos e poesias, de caráter permanente.
Tarefa empolgante e inédita, por partir de um editor interessado apenas
na divulgação dos valores literários do Vale do Paraíba.
Cumprimento-o
pela coragem e desde logo lhe trago a solidariedade do Instituto de Estudos
Valeparaibanos (IEV), cujo presidente, o professor Francisco Sodero Toledo,
luta pela difusão da cultura regional, rica em talentos, mas pobre em recursos
e organizações para a popularização dos nossos valores artistas das letras.
Sei
que é difícil a luta por objetivos culturais e conheço uns tantos produtores
que se estiolam em trabalhos, buscam reconhecimento pelo seu esforço, mas não
conseguem vencer a barreira ao seu sucesso.
Mas, quando um editor se dispõe a pôr em evidência os poetas e contistas
anônimos, como também os poucos já consagrados, estou ao seu lado e o
parabenizo pela idéia do projeto.
(*) Nelson Pesciotta é membro do Instituto de Estudos
Valeparaibanos (IEV) e da Academia de Letras de Lorena.